Imagine comer 720 ovos em um mês – isso dá cerca de 24 ovos por dia! Parece impossível, mas um jovem estudante de medicina de Harvard fez exatamente isso em 2025, desafiando décadas de crenças sobre o impacto dos ovos no colesterol. O resultado? Uma queda surpreendente de 20% no colesterol “malo” (LDL), jogando por terra mitos antigos. Mas como isso é possível? E o que isso significa para nossa dieta? Prepare-se para mergulhar nessa aventura científica que está deixando o mundo perplexo.
O Experimento Que Chocou o Mundo
Em março de 2025, Nick Norwitz, um estudante de doutorado em Harvard, embarcou em um experimento ousado. Durante 30 dias, ele consumiu 720 ovos, acompanhando rigorosamente os níveis de colesterol no sangue. A ideia era testar se o colesterol dietético dos ovos – especialmente as gemas, ricas em gorduras – elevaria seu LDL, como se acreditava há décadas. O resultado, porém, foi o oposto: seu LDL caiu de 120 mg/dL para 96 mg/dL, uma redução de 20%. O que aconteceu?
Norwitz ajustou sua dieta ao longo do experimento. Inicialmente, ele seguiu uma dieta baixa em carboidratos, onde o LDL caiu 2%. Depois, adicionou carboidratos, e a queda chegou a 18%. Essa variação sugere que o contexto alimentar pode ser mais importante do que o consumo de ovos sozinho. Será que os mitos sobre ovos estão prestes a desmoronar?
O Mito do Colesterol e os Ovos
Por anos, os ovos foram vilões da saúde. Nos anos 1980, estudos associaram o colesterol da gema – cerca de 186 mg por unidade – a doenças cardíacas. A recomendação era limitar o consumo a dois ou três ovos por semana. Mas a ciência evoluiu. Pesquisas recentes, como a do American Journal of Clinical Nutrition (2023), mostram que o colesterol alimentar tem impacto mínimo no colesterol sanguíneo para a maioria das pessoas.
O corpo humano regula o colesterol endógeno, produzido pelo fígado, ajustando-o conforme a ingestão. Em dietas ricas em carboidratos refinados, o fígado pode aumentar a produção de LDL, enquanto dietas ricas em gorduras saudáveis, como as dos ovos, podem ter o efeito oposto. Norwitz acredita que sua dieta baixa em carboidratos ajudou a “enganar” o fígado, reduzindo a síntese de LDL.
Quem é Nick Norwitz?
Nick Norwitz, de 27 anos, é um nome em ascensão na ciência. Estudante de medicina e neurociência em Harvard, ele já publicou estudos sobre metabolismo e dieta cetogênica. Sua paixão por desmistificar a nutrição o levou a esse experimento extremo. “Queria provar que a relação entre ovos e colesterol não é tão simples quanto parece”, disse ele em entrevista à BBC. Norwitz também é maratonista, o que pode ter influenciado seu metabolismo único.
O experimento foi supervisionado por médicos e nutricionistas, garantindo segurança. Apesar de impressionante, ele alerta que os resultados são pessoais e precisam de mais estudos para generalização. Mas já é o suficiente para reacender o debate.
A Ciência Por Trás da Queda de Colesterol
Como o LDL de Norwitz caiu tanto? Especialistas apontam para o papel das lipoproteínas. Em dietas cetogênicas ou baixas em carboidratos, o corpo queima gordura como energia, reduzindo triglicerídeos – outra forma de gordura no sangue. Com menos triglicerídeos, as partículas de LDL ficam maiores e menos aterogênicas (menos propensas a causar placas nas artérias).
Além disso, os ovos são ricos em colina, um nutriente que melhora a saúde do fígado e pode baixar o colesterol. Estudos da Nutrients (2024) sugerem que a colina ajuda a transportar gorduras, evitando acúmulo. Será que o segredo está nessa combinação única?
Reações da Comunidade Científica
A comunidade científica está dividida. Dr. Walter Willett, de Harvard, elogiou a ousadia: “O experimento levanta questões valiosas sobre o colesterol dietético.” Já a Dra. Alice Lichtenstein, da Tufts University, foi cautelosa: “Um caso isolado não muda diretrizes. Precisamos de ensaios com mais participantes.”
Nas redes sociais, o experimento viralizou. Posts no X mostram entusiasmo: “720 ovos e o colesterol caiu? Vou comer ovos sem culpa!” Outros questionam: “Isso é seguro para todos?” A polarização reflete a complexidade do tema.
O Contexto Histórico dos Mitos Alimentares
Os ovos não são os únicos vilões que a ciência reabilitou. Nos anos 1990, a gordura saturada foi demonizada, levando ao boom de dietas low-fat. Hoje, sabe-se que gorduras saudáveis, como as do azeite e do abacate, são benéficas. O açúcar, antes ignorado, agora é o principal suspeito de doenças cardíacas.
O mito dos ovos começou com estudos observacionais dos anos 1970, que correlacionaram colesterol alto com infartos. Mas correlação não é causalidade. Experimentos como o de Norwitz desafiam essas conclusões, pedindo uma reavaliação baseada em evidências mais robustas.
Curiosidades Sobre Ovos e Saúde
Você sabia que o ovo é considerado um “superalimento”? Uma unidade tem 6g de proteína de alta qualidade, vitaminas A, D, E e B12, e apenas 70 calorias. Na Roma Antiga, ovos eram usados como remédio para fadiga. Outro fato: a maior omelete do mundo, feita em 2012 na França, usou 57 mil ovos!
O recorde de consumo individual pertence a um americano, que comeu 52 ovos crus em 12 minutos. Norwitz, com 24 por dia, supera isso em um mês, mas com preparo e acompanhamento médico.
Implicações para a Saúde em 2025
O experimento de Norwitz chega em um momento de mudança. Em 2025, a Organização Mundial da Saúde (OMS) revisou diretrizes, sugerindo que ovos podem ser consumidos sem limite específico para pessoas saudáveis, desde que em dietas equilibradas. Nos EUA, as vendas de ovos subiram 15% desde o início do ano, refletindo a confiança renovada.
Mas há riscos. Pessoas com hipercolesterolemia familiar ou diabetes devem consultar médicos, pois o colesterol dietético ainda pode afetá-las. O experimento não nega isso, apenas amplia o debate.
O Futuro da Pesquisa sobre Ovos
Pesquisadores planejam replicar o estudo com grupos maiores. A Universidade de Cambridge anunciou um ensaio com 500 voluntários, começando em junho de 2025, para testar dietas ricas em ovos. Se os resultados corroborarem Norwitz, as recomendações nutricionais podem mudar globalmente.
A indústria de ovos já se beneficia. No Brasil, produtores como a Copacol reportam aumento de 10% na demanda, aproveitando o buzz. Mas a ciência pede cautela: um único experimento, por mais intrigante, não é a palavra final.